sábado, 17 de agosto de 2013

NÃO PERCA A FÉ POR CONSTATAR O ÓBVIO: TUDO É PROVISÓRIO INCLUSIVE NÓS.

O quanto nosso desejo de ter, de perder  e possuir pode nos consumir e distorcer nossos sonhos? O impulso de congelar o tempo e as pessoas nos impulsiona também a materializar coisas: porque só sentir nunca é o suficiente?
Quanto sofremos por tentar imobilizar as pessoas que desejamos? Muito, às vezes mais do que pensamos poder suportar. E dói. Uma dor aguda que aperta o peito, que nos dá falta de ar e de bom senso. Quem sabe até falta de juízo. Pode ser um sofrimento por antecipação de uma perda possível e pode que nem seja tão provável assim.
Quem sabe sofremos o mesmo tanto pelo apego às coisas: O desejo de ter, possuir armazenar, empilhar, colecionar...Parece-me uma completa loucura, por exemplo, passar quase uma vida toda a pagar uma casa. A nossa casa é o nosso corpo, e olha lá. Porque até nós somos provisórios. Quem sabe, logo que acabe o sacrifício de pagar a casa, a gente morra. E lá na casa ficará depositado, como um banco, um oceano de sentimentos e experiências não vividas. Estará depositado nas paredes o dinheiro das férias, das viagens, dos presentes caros, dos pequenos luxos – e dos grandes também - que privamos nós mesmos e nossos filhos. Antonio Elias Elias.

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